Embora países como os Estados Unidos se orgulhem de ser um caldeirão onde pessoas de todo o mundo podem imigrar, tornar-se “americanas” e depois viver o resto das suas vidas sob este rótulo, o mundo do cinema e da televisão tem muitas vezes negligenciado as experiências daqueles que imigraram.
Embora a indústria do entretenimento ainda lute com a diversidade e a representação em todos os níveis, foi somente na última década que começamos a ver filmes feitos por indivíduos de primeira e segunda geração que viveram as mesmas experiências que tentavam retratar. -tela.
Filmes sobre a diáspora estão lentamente a se tornar um elemento básico nas narrativas convencionais sobre o que os filmes podem ou não ser, mas o mundo não pode considerar esta aceitação como garantida.
Nem todos os filmes da diáspora se passam num país como os Estados Unidos, mostrando como a imigração acontece em todo o mundo e que muitas pessoas também estão apenas tentando sobreviver em outros países, sejam eles no Oriente Médio ou na Europa.
Há uma beleza imensa nas obras dos oriundos da diáspora e, quando bem feitos e obtendo o apoio de que necessitam, estes tipos de filmes podem repercutir em todas as nacionalidades e etnias. Aqui estão 10 filmes que fazem exatamente isso.
10 – Pressure (1976)
Produção BFI
Pressure foi lançado em meados dos anos 70 e é considerado o primeiro filme britânico liderado por negros. Seu protagonista é Tony, um adolescente de segunda geração de uma família de Trinidad. Toda a sua família, exceto ele, era.
Nasceram nas Caraíbas, o que leva a atitudes contraditórias sobre como devem interagir com o racismo evidente e com uma sociedade onde a superioridade branca reina suprema. O irmão de Tony, ao contrário dos pais mais velhos, está envolvido com o movimento Black Power.
Por que é ótimo
Este não foi apenas o primeiro filme focado nos negros no Reino Unido, mas também vai direto ao cerne de muitos problemas vivenciados pelos negros britânicos durante o período.
Este é um filme que mostra como os negros não conseguem ser ouvidos em uma sociedade onde são vistos como uma minoria e têm que lutar para sobreviver quando se trata de políticas injustas e de discriminação impostas contra eles.
9 – A versão persa de Bella Ciao (2023)
Lançado em 2023, A versão persa de Bella Ciao aborda questões maternas exacerbadas por traumas intergeracionais que acontecem dentro de uma família iraniana.
Uma jovem cineasta iraniana-americana chamada Leila se afasta de sua mãe depois de trazer sua namorada para casa no Dia de Ação de Graças, mas quando seu pai faz um transplante de coração, Leila precisa revelar que também está grávida.
Isso abre uma nova camada de trauma e supera essas duas mulheres, mostrando como às vezes precisamos ter discussões abertas.
Por que é ótimo
A representação iraniana-americana tem sido escassa no cenário cinematográfico americano, e este filme captura a essência de estar preso entre culturas.
Como Leila afirma no início do filme, ela não é americana ou iraniana o suficiente para nenhuma das culturas, e isso determina como ela interage com ambas. Isto é algo que muitos filhos de imigrantes são forçados a enfrentar nas suas vidas.
8 – Vidas Passadas (2023)
Vidas Passadas foi aclamado quando foi lançado, e há muitas razões pelas quais o filme se tornou tão querido (e até mesmo comparado a Casablanca) desde seu lançamento no início de 2023.
Greta Lee estrela como Nora, que imigrou para o Canadá ainda jovem, deixando para trás um garoto de quem gostava, Hae Sung, na Coreia do Sul. Anos depois, ela se casou com um americano e mora na cidade de Nova York, mas Hae Sung aparece, desenterrando uma vida passada inteira.
Por que é ótimo
Vidas Passadas às vezes pode se desenrolar como um filme independente clássico com suas cenas, mas há uma imensa quantidade de poesia contida no filme.
Quer esteja falando sobre inyeon, ou vidas passadas, os personagens têm muitas discussões sinceras sobre o que deixaram para trás. E como visto com Nora, ela se sente presa entre dois mundos e culturas quando vidas passadas interagem com o presente.
7 -Nome de Família (2006)
Baseado no romance de Jhumpa Lahiri de mesmo nome Nome de Família conta a história de uma família indiana bengali que se muda para os Estados Unidos.
Como Ashoke e Ashima têm filhos nos Estados Unidos, e não na Índia, eles enfrentam dificuldades enquanto seu filho mais velho, Gogol, cresce mais americano do que indiano. Ele se rebela contra seus pais e suas crenças tradicionais, prejudicando seus relacionamentos ao longo do filme.
Por que é ótimo
O filme retrata uma situação com a qual muitos imigrantes têm que lidar: seus filhos crescem com atitudes e crenças completamente diferentes das deles por terem nascido em outra cultura.
Embora este seja um filme sobre uma família bengali, esta é uma situação que pode ser vista em muitas culturas e regiões diferentes.
6 – Minari – Em Busca da Felicidade (2020)
A24
Em Minari, uma família de imigrantes coreanos, a família Yi, adquire um novo terreno no Arkansas para iniciar uma fazenda. O patriarca, Jacob, quer cultivar produtos coreanos e enviá-los para vendedores no Texas, mas desde o início parece que a vida neste terreno será difícil.
Eles não são apenas uma das poucas famílias asiáticas da cidade, mas seu filho também tem um problema cardíaco que os sobrecarrega, especialmente quando a mãe de Monica vem da Coreia do Sul.
Por que é ótimo
Minari é um filme devastador sobre a ética de trabalho que muitos imigrantes são forçados a ter; mudando-se para um lugar completamente diferente, eles têm que fazer as coisas funcionarem ou se submeterem a circunstâncias que não são ideais.
No entanto, um dos aspectos mais notáveis é como o filme retrata a resiliência de muitas comunidades da diáspora.
5 – O Clube da Alegria e da Sorte (1993)
Fotos de Buena Vista
O Clube da Alegria e da Sorte, adaptado do livro de Amy Tan, é hoje um clássico do cinema asiático-americano. A história se concentra em quatro mulheres diferentes que vivem em São Francisco.
Eles são todos imigrantes da China e agora jogam mahjong juntos, mas durante essas sessões eles compartilham histórias uns com os outros. Através dessas histórias, aprendemos sobre suas vidas e filhas nos Estados Unidos.
Por que é ótimo
O Clube da Alegria e da Sorte foi apenas o segundo filme em Hollywood a apresentar um elenco asiático contando uma história asiático-americana e abriu o caminho para que muitos filmes hoje possam contar suas histórias.
Através das lentes de mulheres jogando mahjong, que parece tão comum em retrospectiva, os espectadores podem se aprofundar em suas vidas e histórias.
4 – Contra a Parede (2004)
arte
Um filme alemão lançado em 2004, Contra a Parede apresenta as experiências de imigrantes turcos que vivem na Alemanha.
Cahit Tomruk é o personagem principal e imigrou para a Alemanha e ficou viúvo depois que sua esposa morreu repentinamente.
Depois que ele sofre um acidente voluntariamente, uma jovem turca se aproxima dele e o pede em casamento. Embora ele finalmente concorde, ele percebe que ela está tentando escapar de sua família conservadora.
Por que é ótimo
O filme mostra como existe um conflito entre os elementos tradicionais e modernos para muitos imigrantes, especialmente vindos de origens islâmicas.
Os imigrantes turcos não ganham muita visibilidade na grande mídia neste momento, mas Contra a Parede da voz ao mostrar a história destes dois imigrantes.
3 – Mississippi Masala (1991)
Rio Negro Produções
Dirigido por Mira Nair, Mississípi Masala estreou nos cinemas em 1991 e estrelou Denzel Washington e Sarita Choudhury.
O filme começa com a expulsão dos sul-asiáticos de Uganda, e uma família que mora lá tem que deixar sua casa para trás.
Eles se estabelecem na Inglaterra e depois vão para o Mississippi, onde enfrentam o trauma de deixar Uganda para trás. A filha deles, Mina, se apaixona por um homem afro-americano, mas isso cria um conflito profundo e amargo entre as duas comunidades de onde vêm.
Por que é ótimo
Mississípi Masala mostra como um grande trauma, como ser forçado a sair do seu país, pode criar preconceito e trauma intergeracional.
O filme também retrata uma relação inter-racial entre índios e negros, bem como a sensação de que não pertencemos aqui ou ali agora. Isso é altamente relevante até hoje, décadas depois do lançamento do filme.
2 – A Grande Viagem (2004)
Fotos de Ognon
A Grande Viagem se passa na França, mas seus personagens principais são descendentes de marroquinos.
O personagem principal é Réda, um adolescente que concorda em levar seu pai a Meca, apesar de ter reservas sobre todo o caso. Ao iniciarem sua grande jornada, os dois superam suas diferenças e percebem o que os faz vir do mesmo lugar.
Por que é ótimo
Lançado em 2004, A Grande Viagem mostra as barreiras entre pai e filho de uma forma impactante. Enquanto o filho fala francês com o pai, o pai responde apenas em árabe, apesar de saber francês perfeitamente. Enquanto Réda crescia na França, ele aprendeu o que ficou para trás.
1 – A Despedida (2019)
A Despedida é uma imagem comovente do que significa deixar para trás uma vida e uma família em outro país.
Quando Bili descobre que sua Nai Nai está morrendo, ela vem para a China, apesar de seus pais lhe dizerem que ela não deveria, pois eles querem manter a doença em segredo de Nai Nai.
À medida que a família se reúne sabendo disso, eles têm que lidar com o fato de que esta pode ser a última vez que estarão juntos assim.
Por que é ótimo
Bili, o personagem principal de A Despedida, tem um momento no filme em que ela enfrenta o fato de ter crescido na China e ter sido afastada da cultura e de tudo que conhecia para morar em Nova York.
Agora forçada a confrontar a realidade de que os seus últimos laços com a China e a sua família estão a morrer, A Despedida torna-se mais do que uma despedida física da avó, mas da vida e das pessoas que ela deixou para trás.